Tuesday, May 30, 2006

Nem bom, nem mau, antes pelo contrário

Pesquisava eu, nesse imenso mundo virtual, quando me deparei com uma noticias que mistura duas das coisas que mais gosto, enquanto hobbie: Direito e Blogs.
Tudo se resume ao seguinte: Nos EUA, um tribunal decidiu que as fontes do bloggers merecem igual protecção às dos jornalistas.
O processo foi interessante, a Apple estava involvida e não concorda com a decisão, mas há algo que nos mostra que os tempos mudam.
Aqui há tempos, quem pensaria neste suporte como nova forma de jornalismo? Quem imaginaria, recuando ainda mais, que estes Web Logs seriam o futuro da comunicação para as massas, com a agravante de serem pelas massas, também?
A decisão tem o maior peso que se lhe queiram atribuir. Nos EUA vigora a regra do precedente, o que confere uma importância fulcral ao proferido.
Eu sou totalmente a favor desta decisão. O movimento dos blogs em Portugal não têm as proporções Americanas, mas terão uma importância semelhante, não daqui a muito tempo. Tudo bem, os EUA não são Portugal, mas o que quero realçar é a mensagem que passa.
Um suporte gratuito, acessível, fácil passa a gozar da mesma protecção conferida a um jornal. A frase, agora, escrita, pode ser falaciosa, mas não pretende ser. Isto é um começo de um trilhar de caminho que durará algum tempo, mas que se acabará a tempo de se sentirem efeitos bem positivos.
Está nas mãos dos internautas mudarem o mundo.

Sunday, May 28, 2006

Momentos

Não me quero alongar, nem o vou fazer.
Quero apenas prestar uma declaração curtíssima: Que Linda é a Vida Humana!
Faço votos para que nunca caiam em saco roto os postulados de defesa desse bem.
Até nem pareço eu, mas há acontecimentos que merecem uma felicidade destas!

Mas que belo dia!

Friday, May 26, 2006

Círculo Vicioso e Ininterrupto

A relação é de amor/ódio.
Alguém se lembra do "Anjo Selvagem"? A Mariana e o outro rapazito? Tudo certo, é natural que se lembrem, afinal de contas, tinha shares fortes e repetiu, ou está a repetir.
A única diferença na relação é que não havia amor, só a "sucedânea" amizade.
Mas pergunto, há amizade?
Há desprezo
Há arrogância
Há desdém
Há bastante falsidade
Concluir-se-ia que não, de forma alguma, haveria amizade.
Mas brinca, umas vezes faz-se interessada, outras não. Umas vezes mostra, noutras não mostra.
Chico Burque disse que um dia seria a gota d'água. Acho bem que o copo encheu e encheu porque a necessidade saciou a sua sede. Usar as pessoas não é bonito. Passar a repugná-las muito menos.
Palavra de honra que me fartei. Não sei como será para o ano, mas acho que será altura de coragem, de dizer o que penso e cortar de vez.
Não levará a mal. Afinal de contas, sou sapato 34 para pé 40. Podem crer que isso incomoda.
Agora são exames. O resto são peanuts.

Thursday, May 25, 2006

Cum Granus Salis

O título do Post é a maneira de analisar o meu último dia de aulas.
Académicamente, estou bastante feliz: estudo numa faculdade que proporciona um curso que é tudo menos fácil e generoso.
Pessoalmente, sinto-me ofendido. É que nunca esperei tamanha recepção das pessoas que a executaram, de facto não.
Mas porquê? Terei feito mal a alguém? Fui eu que dei as notas? Fui eu que sugeri injustiças?
Não. Alias, toda a gente está careca de saber isso. Só que somos duas coisas, essencialmente:
-Portugueses e temos de arranjar um bode espiatório. Mas tem mesmo de ser.
-Humanos e isto corre-nos na massa do sangue.

Duas conclusões:
-Azedou, destas coisas não me esqueço
-Haverá uma altura em que a paciência não resiste e quebra

A memória dá lugar a sentimentos estranhos em alturas destas.


Boa sorte aos que (como eu fui, sou e serei) são examinados. Uma época de sucesso, e só disso mesmo!

Tuesday, May 16, 2006

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Nunca me senti tão "vulgar".
Haverá quem goste de ler estes verbos, todavia, calha estar a respirar da fosse céptica e até moscas me sabiam melhor que este momento.
Não sou mais que ninguém, morro na praia, como acontece amiúde.
Daqui por uns meses pergunto: valeu a pena isto?

Sunday, May 14, 2006

Imortais Questões

Dois acontecimentos merecem que se diga qualquer coisa neste blog.
O Primeiro foi a manifestação promovida pelo PNR, em Vila de Rei, perto de Castelo Branco, contra uma medida da autarca local, com o intuito de repovoar aquela vila, que cada vez mais ameaça ser um deserto habitacional. O problema começa quando se sabe quem são os "alvos" desta medida: 4 famílias brasileiras. O PNR, que envergava tarjas com afirmações xenófobas, como "Colonatos estrangeiros não. Alto à invasão", veio dizer às câmaras da comunicação social que as demonstrações de protesto eram contra a exploração da mão-de-obra, "coitadas das familias brasileiras", afirmou-se.
O segundo momento tomou lugar na Bélgica, quando milhares de pessoas se manifestaram à frente da sede de um partido de extrema-direita, oVlaams Belang, tendo intenção de mostrar revolta contra os ataques desenvolvidos a imigrantes, que teriam por trás o apoio do partido citado.
Sobre isto, há algo que gostava de perceber: porque será que a democracia alberga na sua organização, partidos, como os que acabei de citar? Porque será que tem de haver tolerância para quem não é tolerante? É legítimo que as contituições nacionais possibilitem uma liberdade de pensamento tão extensa que autorize a existência destas organizações?
Em terreno nacional, sabemos que a CRP não autoriza organizações que perfilhem ideologia fascista, mas elas existem. Sob estatutos "correctos", esta associação política chega a dizer, em televisão, que é xenófoba, rascista e ultra-nacionalista. Quando não o faz, e mente, tem a Frente Nacional a cobrir a retaguarda e a não deixar cair na lama a velha ideologia.
Porque é que é assim?
Sei bem que a democracia pressupõe liberdade de tudo, até de pensamento. Mas fica a questão: Se soubermos que quem toca a nossa porta nos vai matar, queimar a casa, violar a filha e cuspir na sopa, devemos dexá-lo entrar?
Sei também que a educação de cada um devia superar os desejos racistas que vêm ao de cima, ou evitar os apelos ao caminho mais fácil do extremínio do inferior, pelo superior.
Mas não cabe aos democratas proteger quem não sabe o que é viver sob o jugo fascista, ou ultra-nacionalista?
Sinceramente, por mais liberal que cada um seja, o paternalismo dos agentes democráticos tem de se fazer sentir na esfera da protecção dos seus crentes.
Não se poderá deixar cair o valor liberdade, nem que para isso ela seja restringida.

Friday, May 12, 2006

Acorda Para a Vida!

Num livro...Manuel Maria Carrilho veio tirar desforra...num livro.
Como se já não bastasse ser professor na Nova, o catedrático perdeu completamente o sentido de sobriedade.
É público que Carrilho escreveu um livro, apelidado de "Sob o Signo da Verdade". Só pelo nome sabemos que abusou do latinismo, fala de signos e a Maya nem foi ouvida, e escreve-se verdade, sabemos nós, a sua verdade, que mais ninguém vê.
Ora, Carrilho merecia que lhe fossem ditas umas coisas. O filósofo não lê este blog (o que só abona em seu favor), mas eu farei o obséquio de dizer o que me vai na alma.
Primeiro que tudo: deixe de ser ridículo. Os ataques que faz aos media são vergonhosos.
Segundo: A campanha foi perdida por um motivo muito simplexxxxxx: o candidato não valia nada.
Terceiro: O PS já devia ter feito qualquer coisa. Ter elementos destes no partido, só porque gozam de estatuto de vedetas, não contribui nada para o incremento e consolidação do Socialismo credível, estável e, sobretudo, de poder. Um câmara influente e poderosa como é a de Lisboa foi perdida, porque se achou que o professor era "alguém". Não só era um rotundo ninguém, como já tinha perdido antes de começarem as eleições. E note-se isto: perdeu para o pior candidato. Um não-político, conotado com a gestão santanista, que, mesmo chamando "grande ordinário" a Carrilho, conseguiu um feito importante, para as ambições do partido social democrata.
O problema de Carrilho é...ele mesmo. Quando ele perceber, pode ser que os alunos de filosofia disfrutem das suas aulas, partilhem do seu conhecimento e que o país possa pensar em rixas de ciganos que sempre metem pistola.

A nova filosofia

Costumo dizer, em jeito de remate de muitas conversas, que descobri a filosofia no 7º ano. Isto quer dizer que a frustração, o pensar sobre tudo o que já está mais que resolvido, ficaram por esse ano escolar, porque daí para a frente tudo correu razoavelmente bem.
Volvidos 7 anos, volto à estaca zero do pensamento filosófico, só que desta vez tem graça, porque posso conjugar matéria que aprendo.
No caso concreto, revogação. A revogação é um acto administrativo, disso não haja dúvidas.
Quando a discutimos, pensamos que é uma figura que será de uso lá mais para a frente, num horizonte longínquo. Mas não é, de qualquer forma.
A revogação, na vida quotidiana, tem um papel central. Quando menos esperamos, revogamos seja o que for, uma ideia, uma coisa, até mesmo uma pessoa.
Ideia estranha, revogar uma pessoa...Mas faz sentido. Não a matamos, não a apagamos, simplesmente a revogamos. E ela continua, faz a sua vida, diz o que quer, faz o que lhe apetece, mas, para nós, está revogada e passa a fazer parte do passado.
Orgulhosamente afirmo isto: revoguei alguém. Cheguei ao ponto material do termo. Houve mesmo revogação.
Será custoso?
Time will tell.

Tuesday, May 09, 2006

Confusões

A imprensa Portuguesa anda na "mó de baixo". De jornais respeitados e até com algum rigor, o nivel desceu, abruptamente, e tudo o que nos resta são os pasquins habituais que, em boa verdade se diga, nunca se trairam...mantiveram sempre o nível.
Por partes:
Primeiro ( e também a maior desilusão) o Expresso: A reportagem está bem conseguida, Freitas do Amaral faz declarações genuínas e fundadas. Mas o que é que salta aos olhos da opinião pública? Hoje, sabemos que o vem escrito, sabemos que se especulou, que, inclusivamente se misturou um "no" e um "do" e que o efeito boleia para denegrir a imagem do Governo e sobretudo deste ministro foi aproveitado.
Segundo, O Independente: A esta questão, numa aula a que assistia,com o maior entusiasmo, o novo assistente do PR para a area constitucional, Blanco de Morais, dizia que se tornava dificil defender Portugal, no âmbito de convenções internacionais e que ajudava ainda menos ter um ministro a dizer que era iberista. Se não foi assim, a mensagem seria esta. A meu ver, Blanco de Morais sabia o que queria dizer Mario Lino quando se referiu como iberista convicto. O Independente também, e disso não se tenham dúvidas. O problema é outro: Com sondagens a indicar o Partido Socialista como rei e senhor das intenções de voto, a Direita lusa não brincar em serviço, porque nunca o fez. Começa a contra-informação, a mentira e a calúnia para que haja uma descida.
Nem me fazia muita confusão que fossem membros de partidos mais dextros a se permitirem a manobras deste cariz, mas os media têm que estar a cima destas coisas. Não é quando se utiliza uma manchete descontextualizada, nem muito menos quando se usa uma bandeira dos "nuestros hermanos" como pano de fundo para a afirmação "Sou iberista convicto" que a imprensa Portuguesa se credibiliza.
Já em jeito de brincadeira, há uns tempos quando passava algumas horas no mirc (oh saudade), dizia o Topic do canal comunismo: "PC, contra a burguesia dos media Portugueses". Parece que, afinal de contas, não estão tão longe da verdade.

Sunday, May 07, 2006

Uma interrogação

O que é que leva alguém a ser bombista?
Não me falem em Islão. Não me falem na vida para além da Morte.
Será que se algum sobrevivesse, e contasse a história aos seus pares, esse modus operandi seria extinto?
Pela minha parte, acho que um simples relato de dor seria encorajador no sentido de pôr termos a esta carreira.


Hoje há menos um. Menos um Marcelo na AACS.

Saturday, May 06, 2006

Custos da Neutralidade

Antes de escrever seja o que for, quero afirmar que vou voltar aos bons velhos textos secantes que caracterizaram este blog. Estive ausente e voltarei a colocar-me nessa posição mas, por ora, cabe-me fazer uma reflexão simples.

Sou militante de uma Jota. Militante é como quem diz, sou filiado nessa associação. Interesso-me pela vida política, pelos desenvolvimentos na cena internacional. Fui fortemente influenciado por uma docente no 12º ano de escolaridade, por sinal, uma pura marxista. Foi decisivo. Percebi que é necessário ter opinião sobre tudo, querer ter sempre um lado para o qual tender, enfim, perceber quem somos e o que fazemos.
Já no primeiro ano de faculdade, fui bombardeado com uma frase que acompanha todos aqueles que nutrem qualquer ligação á economia. A frase é: não há almoços grátis. O seu autor é João César das Neves. A afirmação significa, entre outros milhares coisas, que tudo tem custos, no caso concreto, ser positivamente adepto de uma filosofia política de filiado num partido político.
O chato disto é que sou percebi isto hoje.
De facto, o despertar para a frente activa da política não é tarefa fácil. É necessário crescer a "comer" da doutrina partidária, saber fazer amigos certos e sobretudo saber jogar xadrez, que é como quem diz, saber mexer as peças na hora e para o lugar certos.
Como toda a teoria, fácil é explicá-la, dificil será aplicá-la.
Estado actual: Uma unidade votante e comandável.
Quem não se situa na esfera governativa dessas organizações, nem a isso tem ambições de chegar é o que eu sou e está no estado em que estou.
Mas foi isto que escolhi ser. Tarde piei.
Tratei de enveredar por um caminho, sinto-o e trilho-o. Num golpe de sorte, tenho as minhas ideias, tenho orientação certa e sou senhor de uma coerência muito própria.
Jamais serei neutro, no que toca a ideias. Jamais serei do "contra", anarquista ou levado ao sabor do vento.
Mais um custo: o de oportunidade: é que a outra alternativa, apesar de cara, consegue ser menos custosa do que esta e isso é um precisoso combustível.




Como seria tudo mais fácil se a ambição do poder me movesse.
Gente sem Amor à Sanidade Mental