Sunday, May 14, 2006

Imortais Questões

Dois acontecimentos merecem que se diga qualquer coisa neste blog.
O Primeiro foi a manifestação promovida pelo PNR, em Vila de Rei, perto de Castelo Branco, contra uma medida da autarca local, com o intuito de repovoar aquela vila, que cada vez mais ameaça ser um deserto habitacional. O problema começa quando se sabe quem são os "alvos" desta medida: 4 famílias brasileiras. O PNR, que envergava tarjas com afirmações xenófobas, como "Colonatos estrangeiros não. Alto à invasão", veio dizer às câmaras da comunicação social que as demonstrações de protesto eram contra a exploração da mão-de-obra, "coitadas das familias brasileiras", afirmou-se.
O segundo momento tomou lugar na Bélgica, quando milhares de pessoas se manifestaram à frente da sede de um partido de extrema-direita, oVlaams Belang, tendo intenção de mostrar revolta contra os ataques desenvolvidos a imigrantes, que teriam por trás o apoio do partido citado.
Sobre isto, há algo que gostava de perceber: porque será que a democracia alberga na sua organização, partidos, como os que acabei de citar? Porque será que tem de haver tolerância para quem não é tolerante? É legítimo que as contituições nacionais possibilitem uma liberdade de pensamento tão extensa que autorize a existência destas organizações?
Em terreno nacional, sabemos que a CRP não autoriza organizações que perfilhem ideologia fascista, mas elas existem. Sob estatutos "correctos", esta associação política chega a dizer, em televisão, que é xenófoba, rascista e ultra-nacionalista. Quando não o faz, e mente, tem a Frente Nacional a cobrir a retaguarda e a não deixar cair na lama a velha ideologia.
Porque é que é assim?
Sei bem que a democracia pressupõe liberdade de tudo, até de pensamento. Mas fica a questão: Se soubermos que quem toca a nossa porta nos vai matar, queimar a casa, violar a filha e cuspir na sopa, devemos dexá-lo entrar?
Sei também que a educação de cada um devia superar os desejos racistas que vêm ao de cima, ou evitar os apelos ao caminho mais fácil do extremínio do inferior, pelo superior.
Mas não cabe aos democratas proteger quem não sabe o que é viver sob o jugo fascista, ou ultra-nacionalista?
Sinceramente, por mais liberal que cada um seja, o paternalismo dos agentes democráticos tem de se fazer sentir na esfera da protecção dos seus crentes.
Não se poderá deixar cair o valor liberdade, nem que para isso ela seja restringida.

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