Monday, April 10, 2006

Teria Fukuyama razão?

Para alguns anacrónicos, parecidos comigo, deve sentir-se a falta daquelas figuras históricas que marcaram a humanidade com acções inesquecíveis.
Folheava, há pouco, um documento de 1844, escrito por duas pessoas, já desaparecidas, e lembrei-me que já vai para algum tempo que há uma ausência gritante de personalidades carismáticas. Houve uma quebra a nível da filosofia mundial, no pensamento político mundial. Houve quase como uma ruptura de stock.
O interessante é verificar o que se passa quotidianamente. De figuras singulares, atingiu-se um estado em que o povo, só por si, consegue movimentar-se e atingir os objectivos a que se propõe.
Outrora, seria necessária a leitura dum Marx, dum Lenine para se sentir o espírito revolucionário. Hoje, com as garantias constitucionais atingidas, o ataque á esfera privada é motivo de revolta e protesto. E é legítimo esse protesto.
O que se passa é o seguinte: o autor que o título fala precognizou (acho que já falei disto atrás, noutro post) um fim das lutas ideológicas, pelo que o liberalismo terá ganho, incondicionalmente.
Hoje, quando me veio esse pensamento à cabeça, percebi que o americano se enganou.
Que viva está a ideologia. O Mundo prova o que digo.
França está à cabeça. Houve recuo, houve respeito pela opinião popular.
Iraque: a vergonha americana não passa indiferente. Todo o Mundo se manifestou, no mesmo dia. Percebeu-se, nesse dia, que a Mundialização, afinal, tem alguns prós.
Este fenómeno está a tornar-se uma ferramenta utilíssima aos habitantes do globo: se é certo que o imperialismo económico dos poderosos se difunde, não menos disperça é a força dum pensamento de liberdade, de respeito pela dignidade humana e felicidade geral.
O Combate ideológico não morre.
Lamentavelmente, tanto para o bem, como para o mal. Racismo, Nacionalismo cego, nazismo, fascismo, não deixam de ser ideologias...e que vivas estão.
O debate não morreu...está é melhor que nunca.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

1) Fukuyama não tem razão!
A ideia de que após a guerra fria e a queda do muro de berlim o mundo ficar-se-ia pelo liberalismo político e económico é prontamente negada pelos acontecimentos do presente: o comunismo enfraqueceu mas ainda espreita; o autoritarismo é uma realidade indestrutível que acompanhará (sempre)os ciclos da história da humanidade.

2) Mas o engraçado é que o próprio Fukuyama o sabia, afirmando que os avanços da biotecnologia, permitindo ao ser humano controlar a sua própria evolução, aumentariam as desigualdades - "...and thus spell the end of liberal democracy as a workable system."

3) Será que não precisamos mesmo de ler Lenine para encontrar força? Afinal a melhor combinação para evoluir é entre o poder e a vontade. Coisas que hoje dificilmente se conjugam..

11:48 AM  

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