Tuesday, October 18, 2005

Ex FDL

Sou aluno, como já tenho dito, da Faculdade de Direito de Lisboa.
Confesso que não gosto de falar da vida diária e de aulas, naquele edificio. Acho inapropriado, há coisas que não se revelam e, além disto, não vemos blogs de outros escritores a falaram de vida académica.
Ainda assim, numa altura em que é lançado o orçamento geral do Estado, acho que tenho o Direito e o Dever de apresentar aos leitores, que sendo poucos, mas bons, a grave crise que todo e qualquer sector da sociedade sofre. Dará para terem uma noção daquilo que são os gastos do governo com o ensino superior público.
Na faculdade, há dois regimes avaliativos. Apenas dois porque lutamos para que assim fosse. Seja como for, há o Método A e o Método B. Vou inverter a ordem e começo por explicar o método B. É um regime sem avaliação continua. Em termos práticos traduz-se nisto: o aluno só tem possibilidade de assistir a aulas teóricas, sendo que no final do ano faz exame e, caso tenha uma nota mínima de 7, deve completar a cadeira via exame oral.
Em contraposição, "habemus" o método avaliativo, por excelência, da faculdade: o método A. O aluno terá de fazer a cadeira por regime de avaliação continua, ou seja, tem aulas teóricas, mas também tem práticas. Poderá fazer a cadeira caso tenha, numa ponderação de 50/50, entre exame e avaliação, nota final de 12. Se tiver menos, vai a oral. Isto tudo resumido.
A grande vantagem deste regime são, sem dúvida, as aulas práticas. O aluno está mais obrigado a estudar, tem trabalhos de casa, conversa com o assistente sobre os conteúdos programáticos e mantém-se a par do que se fala.
As aulas práticas são lexionadas em salas, as teóricas em anfiteatros.
Ao encaminhar-me para aquela que seria a minha primeira aula prática do ano, encontro uma sala repleta de alunos. Com esforço, consegui espaço para me sentar. Ao passar da aula, feita a chamada, faltavam cerca de 5 alunos. Constatadas as faltas, veja-se a panorâmica: Somos 35 alunos e a sala comporta 25 lugares sentados. Feitas a s contas e visto o resultado, havia colegas sem mesa e sem cadeira.
Explicação: o governo não investiu, ou seja, no ano passado havia 9 turmas, agr há 7. Os colegas restantes das turmas 8 e 9 foram distribuidos, pelas 7 primeiras turmas. A juntar a isso, somam-se os alunos que chumbaram...
Há turmas de 39 alunos, numa sala.
O busilis é este. Quem ensina, nas aulas práticas, é o assistente. Há um número limitado de assistentes. Havendo poucos e podendo eles apenas ensinar um número pequeno de turmas, tem que haver redução de turmas. Havendo redução de turmas, há turmas maiores, em número. Verificando-se este facto, numa sala onde cabem 25 pessoas, está marcada uma aula de uma turma de 35. 10 pessoas a mais.
É grave, é crítico.

Saturday, October 15, 2005

And so on

Passaram as autarquicas, com os seus bons e maus momentos.
Há dias escrevi um texto onde exprimia a minha felicidade pelo facto de Avelino Ferreira Torres ter perdido a câmara de Amarante e, portanto, não "mandar" em mais nada deste bocado de Europa.
O momento passou. A semana que se seguiu tratou de trazer aos jornais os mais célebres comentadores e críticos para que estes fizessem o que lhes competia.
Uma verdade foi constatada: O P.S perdeu. É uma realidade. Perdeu.
O que importa agora constatar e perguntar é: contra quem?
Perdeu para o PSD? Para o CDS?
Não.
Perderam-se câmaras à esquerda, mais propriamente, para o PCP.
É um facto bizarro.
Então, pretende-se fazer uma leitura nacional: O PSD é alternativa, o PSD está mais forte. O CDS congratula-se porque tem muitos vereadores, o Bloco segue o exemplo...
O verdadeiro vencedor das autarquicas é o PCP, ou melhor, a coligação democrática unitária (CDU).
Ganhou força, autarquias e prestígio.
Num golpe de mágica e de muito sucesso, destroi-se um rival antigo, através de uma campanha que realça os aspecto menos positivos das medidas de quem está no poder.
Neste ponto, há que referir o seguinte: se Jerónimo de Sousa consegue subir o número de câmaras pela campanha contra o governo, afinal pode haver uma leitura nacional sobre a popularidade do governo, sobre o impacto das suas medidas e resoluções.
O executivo tem que trabalhar acima de tudo, mas não é de descurar qu, á sua esquerda, estão mais difíceis e poderosos adversários.
Se antes, numa eventual dificuldade de formar governo, haveria possiblidade de coligação, agora se sabe que há luta eternas e que certas forças nunca se encontrarão fundidas

Saturday, October 08, 2005

Futeboladas

Já não me lembrava de tão evidente acto mafioso e engenhoso, que servisse para contornar a questão da indisciplina e iludir o publico espectador do futebol nacional.
Voltaram os sumarissimos.
No ano transacto, tivemos oportunidade de apreciar o "poder" destes sobre o ataque do FCP. Estou a referir-me a McCarthy que, por algumas vezes, todas elas merecidas, foi "capturado" pelas malhas da justiça da Liga. Dava-se uma ideia de eficiência e justiça. Note-se, ao jogador específico, nunca lhe foi deduzido um castigo.
Este ano, Petit e Medeiros são os primeiros, pelo menos que me lembre, a sentirem a justiça.
Mas numa altura em que há um jogo a disputar no Dragão, jogo que pode ajudar, e muito, o Benfica, eis que se tenta, de forma pouco nobre, a meu ver, voltar a contornar questões que se lhe colocam no caminho, de forma muito hábil.
Tivemos, ainda no tempo do ex-dono da "Chave d'Ouro Cafés" uma manobra de poupança, no célebre caso Jardel. O Presidente em questão prometeu, como bandeira de campanha, contratar o Goleador, e que goleador, para aumentar a produção de golos. A História mostra que tal não sucedeu. Mas mostra mais. No contrato, que se teria assinado, havia uma clausula que permitia a Jardel receber uma quantia por não ter sido contratado, em determinado prazo.
A verba deveria ser significativa. Veja-se o que sucedeu: O seu irmão, que na altura deveria jogar num clube completamente secundário, foi contratado.
A isso, grandes parangonas se seguiram. George, o irmão, estava no SLB. Estranho é que, subitamente, Jardel não recebe dinheiro nenhum, e o caso por ali se fica. Terá sido "arquivado".
Monobras...Mas não se ficam por aqui.
Hoje, voltamos "á vaca fria".
Sobre quem foi a falta que vai dar suspensão ao atleta Petit, do SLB? Sobre Tragino, respondo eu.
Adivinhe lá o leitor quem é que foi referenciado, numa noticia dos diários desportivos, para reforço dos encarnados? Querem uma pista? Joga no Guimarães.
A meu ver, estamos perante uma manobra terrível de ludibriação da mente de um jogador, de bom futuro, mas que não interessa nada ao Benfica.
Tudo é um esquema para que haja Petit no Dragão.
Soube-se que Tragino testemunhará...Pergunto eu: a favor de quem?
Gente sem Amor à Sanidade Mental