Monday, August 14, 2006

Qual o Sentido da Vida?

Mergulhando numa bela pergunta, à qual não se sabe a resposta, escrevo. E faço-o por vários motivos:
-Á cabeça, a impossibilidade de se alcançar uma hipótese, sequer, de resposta.
-Vim do Interior, cheguei de viagem.
-Navego na Net.

São três motivozinhos. Todavia, veremos o que se pode arranjar.

A própria expressão sentido da vida é ambigua á nascença. "Sentido" é uma palavra polissémica: tanto significa direcção como significado. Se seguirmos o caminho anglo-saxónico de tradução, é certo que queremos não a direcção da vida, mas o significado da vida. Traduz-se Meaning of Life por sentido da vida, significado da vida, per se.
Mas se é tão linear, porquê adoptar "sentido" em vez de "significado"? Confunde-se? Funde-se?
O que é, então, o significado da vida? Será o seu valor? A sua valia em termos comparativos, talvez, com o dinheiro, outros bens monetários talvez? Por esta ordem de ideias, é possível afirmar que a vida vale x Euros, ou x terrenos em Acapulco. A vida significa algo? Ou seja, tem equivalência? Posso incorrer num erro se só establecer comparação com bens e dinheiro, porque está claro que a posso comparar a sentimentos do seu portador, no caso, o ser-humano. Por exemplo, vida pode ser felicidade. Vida pode ser odio, ou simplicidade, ou verdade, ou mentira, ou seja o que for. Mas um animal também é portador de vida...tem sentimentos? Tem. Vale mais a vida dele? Tem mais significado? Torna-se um tema escorregadio. Porque há preço para o quilo de carne bovina, suina, há equivalência para o metro de pele de marta, ou tigre, por exemplo.
Enveredar por este caminho significa que a vida é um simbolo, pela velha Grécia entendido. Simbolo pressupõe duas metades. Aqui, também as há.
Ou seja, a expressão não pode ser "significado" da vida. Mas pode ser "sentido"?
Pode.
Fala-se de sentido no pressuposto de direcção. Há um dado incontornável: quem é portador de vida está sujeito a perdê-la, e isto é certo. Posto isto, a vida corre, como um rio, para o mar. No caso, a partir do momento em que se nasce, há uma sujeição às adversidades que possam causar a morte. Cabe ao portador de vida establecer laços e enriquecer os momentos que passa vivo. Cabe lutar pela sobrevivência, sua e dos seus, criar meios de subsitência, relacionar-se, e perceber aquilo que lhe compete fazer. Como ninguém é igual, cabe compreender as diferenças, apurar as dotações e criar as condições necessárias à especialização, para que se ache o lugar na sociedade. O fim último será sempre a criação de melhores condições para a descendência, sejam essas condições do mais variado tipo.
O Sentido da Vida só pode ser um: Vivê-la. A vida tem um direcção, que é o seu fim.
Não significa isto que se entre numa onda de laissez-passer. Cumpre à Pessoa ser feliz e fazer os outros felizes. Cumpre-lhe assegurar que outros terão as mesmas, ou melhores oportunidades que teve.
Cumpre-lhe agir, e não perder tempo a escrever em blogues sobre algo que não faz ideia, sequer.

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