Thursday, June 29, 2006

Notícias

Directamente da terra, escreve-vos um terráqueo.
Com dois braços, duas pernas, um tronco e restantes extras já incluídos no preço, este pedaço de matéria ambulante tem a relatar que há uma insatisfação geral na comunidade portuguesa, em especial os residentes ou transeuntes da alameda da Universidade de Lisboa.
O clima é um misto de pânico, euforia, histeria e medo. Acresta o repóter que o elemento em destaque é o suspense interior sentido por cada detentor da dita personalidade jurídica. Não é que a vida seja injusta, nem que padeçam de um mal especialmente mau. Nada que se possa relacionar. O clima deve-se, sobretudo, a um factor: a incoerência.
Pergunta o marciano que lê estas linhas: quê? Pode a incoerência ser factor disso tudo e mais um par de botas?
Naturalmente que sim, caro leitor. Só se lhe pede que atente no seguinte: Imagine um cobrador de impostos. Discurso do cobrardor: "Ah e tal passe para cá x% do ordenado". Resposta: "Ok amigo e em troca?". Réplica: "Pá tem o que quiser: descontos aqui e ali, serviço de saúde gratuito, segurança, bem-estar, garante-se a repartição da riqueza". Tréplica: "Ah! Assim sim, tomem lá e não digam que vão daqui!"
Entretanto, chega ao Hospital e paga. É assaltado na rua, tem filhos para alimentar e não tem ajudas. Vai de autocarro para o emprego enquanto vê o seu vizinho a ir de Mercedes.
Quid Vitae? Simples: Será incoerente pagar impostos se não se vê razão para isso.
Mas não é objectivo deste terráqueo implementar um orientação liberal. Acha-se bem que se paguem impostos, se não, não haveria Estado, mas sim uma anarquia.
O que se pede a que se atente é isto: o que é um aluno? Menezes Cordeiro diria: realidade figurativamente delimitada a que o Direito dispense um estatuto historicamente determinado para os seres inanimados. Caro leitor, esta é a definição de coisa. Porque é uma coisa, o aluno é uma coisa.
Não tem dignidade, porque não é respeitado. Não tem estatuto, porque será um futuro desempregado. Não tem nada, porque nada lhe foi dado.
Antigamente, um aluno era qualquer coisa. Hoje em dia, tornou-se numa coisa qualquer.
Marcianos: é esta a razão da situação.

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Gente sem Amor à Sanidade Mental