Thursday, July 29, 2004

Férias

O aproximar de Agosto trás uma palavra mágica a várias bocas pro esse país fora: Férias. De facto, o 8º mês do ano mostra-se de boa memória: começam as férias, acaba o trabalhinho e até temos jogos olímpicos, este ano.
Porém, fazer férias em Portugal, para o geral Português, é impossível, ou quase. Comecemos por baixo: Algarve. Haverá algum trabalhador nacional que se atreva a ir passar os seus 15 dias de férias num hotel da zona turistica por excelência em Portugal? É obvio que não. Os preços são altissímos, seja nos hoteis, seja nos restaurantes e há ainda uma coisa que me deixa deveras espantado. É que no nosso país, quem realmente é bem recebido e bem tratado é o estrangeiro. No Algarve passa-se isso. O exemplo mais chocante ocorreu, há uns anos, num famoso restaurante algarvio. A potencial cliente entra, senta-se e, desde então, vai travar uma luta contra a espera. É que ninguém a atendeu. Alguns estrangeiros que chegaram depois tiveram direito a serem servidos com todas as regalias. Ou seja, Algarve é uma carta fora do baralho.
Para férias de verão, pouco mais resta, a nivel interno. Temos as costas, de norte a sul, o campo, mais no interior e as famigeradas zonas rurais .
Quanto ás costas, há de tudo um pouco: o turista pode encontrar magníficas praias rodeadas de magnificos e acessíveis restaurantes, ou então, miseráveis praias, onde o cenário involvente é tenebroso. É frequente a sujidade,  a exploração a que o comprador é sujeito, se quiser adquirir uma garrafa de água no bar da praia e ainda a delicadeza dos ocupantes do espaço, com factos como o desrespeitar da privacidade do utente da praia a serem bem reais.
O campo, devo referir, é o meu preferido. Quando falo em campo, falo no sentido lato, areas verdes, locais onde ainda se respira bem. Temos a Serra do Gerês e da Arrábida como exemplos. Em ambos os sítios se passam bons momentos, não são locais de particular exploração da classe mercantilista circundante, ou seja, são de considerar.
Por fim, as zonas rurais. Frequentemente chamados de Santa Terrinha, os locais da genese do turista têm alguma procura.
Conclui-se uma coisa: O português que queira fazer umas férias de qualidade em Portugal tem de se ver cara-a-cara com várias lutas: A exploração pelos comerciantes, que aproveitam a quadra para subir preços, as condições do espaço, sendo frequente a poluição, e ainda o desprezo de que pode ser alvo.
Era preciso isto? Um país magnífico, cheio de belezas naturais, de história e gente simpática, é um país que deve ser usufruído pelos seus habitantes. Mas parece que nesta altura, o português não importa.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Gente sem Amor à Sanidade Mental