Tuesday, July 27, 2004

O Programa de Governo

Já apresentado ao P.R, o programa de governo mostra as linhas mestras pelas quais se vai reger o executivo que (não) foi eleito.
Isto já toda a gente sabe. Porém, o que é desconhecido é o seu conteúdo. Neste caso, mais valia permanecer na ignorância. Mais valia seguir o caminho de Sófocles.
A minha opinião pessoal é que este programa parece o manifesto da "neo-direita". Camuflada e disfarçada, ela surge em documentos como este.
O príncipio do documento contém uma mensagem de optimismo. Diz-se, inclusivamente, que os Portugueses "ganham de novo confiança". Isto talvez se deva á polémica que houve no assunto eleições: uma esmagadora maioria a pedir o funcionamento das instituições democráticas, ou seja, pedindo eleições. Talvez essas pessoas, esses portugueses tenham a "confiança" que haja um acto superior e que sejam removidos do tabuleiro de jogo o cavalo, bispo e rei.
Isto é só o principio. Na qualidade de estudante, que ainda sou, dei particular atenção ao Ponto IV, onde se fala de educação. O escandalo começa onde se refere que o monopólio das escolas públicas não é um aceitável. Hoje, o deputado de B.E, Francisco Louçã, ainda citou o problema, mas não foi suficiente. Mas este modelo não é desejável porquê? Porque gasta dinheiro do estado? É uma "ajuda" ao sector privado, transformando a escola numa empresa? É triste. A escola tem de ser uma institução estatal. O estado tem de ser responsável pela educação dos seus cidadãos, ou futuros cidadãos. Como é que uma família, de pequeno e médio rendimento, aguenta educar os filhos? Não tem dinheiro para mandá-los para a escola, isto quer dizer que não podem estudar. Não podem estudar vão trabalhar. Como têm falta de habilitações, os únicos cargos que podem desempenhar são os que involvam força e esforço físico. Ou seja, a mão de obra infantil, embora ilegalmente, passa de novo a ser usada. Isto dá a impressão que não se evoluiu desde o século XVII, século da revolução industrial. Embora o documento diga que tem que haver um equilíbrio entre sector público e privado, já se sabe o que sito significa: a criação de um ensino de primeira e um ensino de segunda. isto é gravíssimo. O ensino de primeira deveria ser o do estado. Dessa maneira ganhava o cidadão e ganhava o país, pois este facto seria um claro indicador do grau de evolução da nação.
Se falei em declives, o governo prentende acentuá-los ainda mais. O executivo propõe-se a avaliar o resultado das escolas. Isto ja acontece, na medida em que a media do resultado de exames de cada escola é publicado no jornal. Isto gera á partida uma situação: os país, como protectores dos filhos, vão, a todo o custo, querer matricular o filho na escola mais bem cotada. Isto parece bem, mas estamos a esquecer outra coisa, como fica o resto das escolas? Perderão valor professores que tenham fracos alunos, o prestigio e confiança que lhes foi conferido pelo curso que completaram? É desprezar e criar escolas de primeira e segunda, quando a prioridade seria que todas fossem de primeira e ultra- positivas na educação do discente.
Quanto a ensino secundário, o resto está praticamente incluido no meu ideal de ensino, mas o que é grave é que nunca se vai cumprir. Dinamizar o desporto escolar ou instituir a rede via internet entre professores são miragens. Para isto acontecer é preciso investir. Alguém vê dinheiro a ser investido na educação?
Ensino superior: fala-se muito na internacionalização do ensino. Tem dois polos. O polo positivo, é que a interacção sempre, ou quase sempre, foi positiva e trouxe beneficios ás duas partes intervenientes. O polo negativo é a aproximação á globalização. Como forma de manifestação burguesa, é preciso ter cuidado. É aqui que tudo começa. O aluno de ensino superior é ensinado a lidar com a globalização quando deveria ser ensinado a lutar contra ela. Deveria ser ensinado sobre quais as suas caracteristicas, quais os seus efeitos e como é possível fazê-la desaparecer. O programa de governo, á boa maneira da direita, faz um ponte entre ensino e capitalismo.
Posto isto, o programa de governo pode ser consultado em www.publico.pt .
Uma coisa é certa: a direita está no poder. Como pilares da democracia, resta aos votantes lutar, como podem, pelos seus direitos. Votem quando forem chamados a votar, lutem quando forem chamados a lutar 

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