Monday, October 23, 2006

Personalidade

Ser titular de Direitos e adstricto a obrigações. Centro de imputação de normas jurídicas.
Diz certa individualidade que começa a personalidade com o ingresso na polis. Não poderia estar mais de acordo. De facto, o ser, ingressando, entra num caminho sem retorno, apenas com um fim. É esse caminho que se torna o suco da existência. Trilhar uma recta repleta de encontros, desencontros, e ler banalidades semelhantes a esta.
Mas até isso tem a sua graça.
Considero uma das mais enriquecedoras experiências de vida a altura, em que, numa conversa fortuita, o nosso companheiro, ou comapnheira, de diálogo exprime uma opinião sobre nós, sobre a nossa maneira de ser ou estar na vida. Naturalmente, digo isto porque essa opinião tanto pode estar certa ou errada. O gozo de vos transmitir isto culmina no seguinte: estão 90% das vezes errados. 90% deles, ainda que houvindo da nossa boca que não, não se passa assim, continuam na deles.
Isto faz tirar uma conclusão: somos o que projectamos perante as almas que nos circundam. Somos aquilo que pensam que nós somos.
Ilustrando, se um A. diz a um B. que o considera capaz de fumar umas substâncias psicotrópicas, para o A., B. é fumador. B. poderá nunca ter fumado tal coisa. B. poderá ser um Ser incapaz de conceder às drogas qualquer espécie de oportunidade.
C. diz a D. que devia arranjar uma namorada e deixar de ser virgem. D. pode ser o maior putanheiro das redondezas, pode ser um profissional da arte, mas naquela mente, será sempre o virgem encalhado.
Não somos o que somos.
Nisto o Direito Civil está à nossa frente uns milhares de anos. A memória de um morto merece preservação. Podem agir os familiares para requerer providências na medida em que tal seja necessário para o resguardo dessa memória vital.
Posto isto, sou o que fizerem de mim. Sou o que moldarem na mente.
Só na minha sou o que sou.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Uma valente lolada para este post. Devias Decididamente arranjar uma namorada (não só tu), acho que tens demasiado tempo livre para pensar. E quando isso acontece começamos a ver fantasmas ao virar da esquina, quer estejam lá quer não.

O giro é a reconvensão, ou seja, o contra-ataque. Digamos que eles estão errados em 90% das vezes. A questão é, quantas vezes estarás tu errado ao fazer esse cálculo? A matemática é tramada pá, às vezes um sinal errado altera todo o resultado final.

Tal como eu não levei o post a mal, também tu certamente não levarás o meu comentário a mal. Tudo é genérico, nada é casuístico (eh eh).

2:27 PM  
Blogger Лев Давидович said...

Mas porque é que havias de levar a mal, se o assunto não era contigo?
Mas provas a minha teoria: mandas-me arranjar namorada...sem conhecimento de causa.
Mas tá bem, não levo nada a mal, porque não há nada de mal aí escrito

2:37 PM  

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