Friday, October 13, 2006

Prémios

Confesso que a decisão da atribuição do Prémio Nobel da Paz não me deixou satisfeito. Também posso dizer que não me deixou insatisfeito. Apenas surpreendido.
É que os critérios têm de ter sido diferentes. Têm de ter mudado. Ainda que nenhuma escolha seja pacífica, esta deve ser a decisão menos consensual. Premiaram-se, primeiro, Muhammad Yunus, e o "seu" Banco, o Banco Grameen.
Acredito que esta pessoa e esta instituição tenham um grande contributo na melhoria de vida das populações, mas para esse feito há o Nobel da Economia. Terá esta melhoria relação directa com a Paz?
Estou em crer que sim.
Basta lembrar ao que levaram as Guerras Comerciais, periodo entre Guerras Mundiais. Basta pensar no que pode acontecer se for seguido um Proteccionismo exacerbado.
Outro ponto é a relação que os paises pobres têm com a guerra. Pela falta de dinheiro gera-se uma crise generalizada de valores, de educação e condições de vida, de tudo um pouco. Ora, combatendo o mau nivel de vida, investe-se na valorização do ser-humano, investe-se na auto-estima.
Naturalmente, o meu raciocínio leva a uma tendente aceitação das razões que conferiram o prémio às personalidades em causa.
Ainda assim, tudo tem tempo e espaço próprios. Modestamente, acredito que nunca se poderá comparar o trabalho de alguém como D.Ximenes Belo e Ramos Horta ou de um Dalai Lama a um sistema creditício, porque é disso que se trata. Não de um esforço, mas de um sistema. Não de uma acção contínua e progressiva, mas de uma ideia. Aplaudiria de pé se fosse o prémio Nobel da Economia. Assim, só aplaudo sentado.

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