Thursday, August 17, 2006

Jogo do Empurra

Em finais de Julho e Princípios de Agosto, começa a cheirar a queimado. Vem aquele fumo no ar, aquele cheiro desagradável e o verde transforma-se em preto. Como se de caça se tratasse, declara-se a época de incêndios.
Os números, esses, não mentem. O Governo gastou a bem gastar (ou será mais correcto afirmar que investiu?) em meios de combater os fogos.
Já as pessoas são muito falíveis. É uma coincidência fantástica que observamos no momento em que começa a arder qualquer pedaço de natureza e se houvem os primeiros latidos de tudo o que for ser que esteja envolvido, na mínima porção que seja, no assunto "incêndios". Arde-Falam, Falam-Arde, é assim.
Não que falar seja criminoso ou censurável. O diálogo só pode trazaer benefícios. A questão é que não se dialoga. O que vemos é um exercicio verborraico/belicista entre várias partes: Governo e Oposição. Mas quando digo Governo e Oposição não falo em forças parlamentares, falo, sim, naquilo em que Direito Administrativo se chama uma delegação tácita de poderes, no caso, poder de denegrir e confrontar quem seja contrário à ideologia. Posto isto, não raro vemos comandantes de bombeiros a falarem em "matas do estado" que estão piores que as outras e que "o Estado" não trata delas, "o Estado" falha, entre outras pontos de interesse, convenientementes ignorados. Já a equipa do País, o " Estado", contra-ataca com números e estatísticas e estudos, tudo para mostrar a moral da história: também as matas "privadas" estão deficientemente limpas e tratadas. Com isto empata-se, perde-se tempo e depois o tuga médio, como esta alma lusa que vos endereça esta palavras, ouve no rádio: ardeu menos área que no ano passado.
Eu penso: então se ardeu quase tudo, o ano transacto, só falta o quase, e esse será sempre menos que tudo.

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