Thursday, August 17, 2006

3 Cafés

Comprei um lote, numa loja de Café, que trás escrito no rótulo: 100% Colombia.
O Café é do melhor. Tão bom, que já foram 3 hoje, sendo que o último foi consumido há 30 min, vá lá, meia hora.
Como conquistei a espertina, tenho mesmo que postar uma terceira vez. Sinto que consigo, sei que pode sair qualquer coisa. Convicto que vai dar, eis uma estória:

Certo jovem, aprendiz de feiticeiro, quis um dia sair à rua para mostrar aos "comuns mortais" o que tinha aprendido.
Pôs-se em praça pública. A praça tinha forma arredondada, era cercada de pequenas casas, umas quantas tabernas, onde os "frequentadores", cá fora, ao anuncio do jovem, ansiavam pela razão que os tinha tirado dos bancos corridos e da bela caneca, loira por dentro.
Aos olhos da pequena multidão que o olhava, o aprendiz proferiu as seguintes palavras: "o magister, de beata vita disputant ciuis! Vide, vide! Sed vita iniusta est! Necandam esse vita!"
Dito isto caiu para o lado.
Um aldeão, que por ali passou, viu aquilo e perguntou, a uma peixeira, o que se tinha passado.
"Esse bandido! A Insultar as beatas! Que coisa. Foi Deus!"
O aldeão, achando estranho, decidiu perguntar ao taberneiro, para ver se coincidia:"Pobre coitado"- Disse ele -"Falou Francês. Eu lá arranho qualquer coisa e acho que ele disse que mais valia um pássaro na mão, que dois a voar".
O aldeão não ficou satisfeito. Então o rapaz tinha caido porquê? Pelo andar da carruagem, decidiu ir à raiz da crise e apostar no depoimento do Feiticeiro. Para a sua velha casa de dirigiu, à porta bateu e o feiticeiro o atendeu. Intrigado e insatisfeito, pela terceira vez perguntou o que se tinha passado. O Feiticeiro respondeu. "Há semanas que andava a lavar escadas. Por vezes ficava a observar-me, noite dentro, enquanto preparava as poções. Achava-o cru, achava-o imaturo. Hoje de manhã disse-lhe que só começava a aprender quando soubesse quem foi Cicero. De manhã, dei com ele pesquisar na biblioteca. Pela hora de almoço, já sabia. Então ensinei-lhe o básico: o valor da vida é inviolável. De seguida, disse-lhe que nunca seria um bom feiticeiro, porque não me questionou."
O aldeão, impressionado, interrogou: "Não o questionou acerca do quê?"
Resposta:"Não me perguntou porque é que a vida era inviolável"
A razão era absurda. Se ele não perguntou, era porque sabia. Prosseguiu o mago:"Ele ficou desmoralizado. Mandei-o proferir estas palavras, no meio da rua, vêm no grimorium. Ele não as conhecia, mas obedeceu cegamente. de facto, poderosas são."
Ao saber que palavras eram, o aldeão saiu, e jurou jamais se esquecer do episódio.
O castigo foi cruel para quem pensava que conhecia cicero e obedeceu cegamente.

2 Comments:

Blogger Flecha Ruiz said...

Acho que a moral da história é algo como o facto de que nem tudo o que aprendemos é sábio só porque nos foi leccionado por alguém cuja sapiência é maior que a nossa. Não devemos repetir o que nos foi dito só porque soa bem ou porque nos foi indicado que era o correcto!

Devemos assimilar o conteúdo do que nos é indicado, julgá-lo pelos nossos saberes impírico e ciêntifio, processá-lo e aí sim repetirmos e fazermos desse ensinamento verdade nossa se, de facto. se verificar que é credível e auto-suficiente na nossa filosofia...caso contrário o que acontece é que abdicamos do que acreditamos ou passamos a publicitar o que não acreditamos.

Este pobre coitado renunciou à vida simplesmente porque aquela frase, cujo significado desconhecia, lhe soava bem.

12:43 PM  
Blogger Лев Давидович said...

Right you are!

1:05 PM  

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