Friday, February 03, 2006

De Amictitia Disputo

É conhecido, dos meus leitores, o meu especial gosto por falar de amizade. Já tenho escrito posts acerca do assunto.
Hoje, todavia, quero interrogar-me/vos acerca de uma coisa simples: e quando se acaba a amizade? Será que acaba? É infinita?
"A posição da regência" do blog é que esse sentimento se extingue, como uma chama exposta à àgua.
Quando nos encontramos encerrados numa esfera incognoscível, mas existente, é natural o choque com a esfera de outrem. Em seguimento desta ideia, tudo tem um limite. Esse limite vai ficando mais perto de se atingir quando são postas à prova as sensações e a capacidade de resistência que cada ser tem.
Inevitavelmente, depois de muito atrito, muita fricção, acabar-se-á por se assistir ao romper gratuido de uma esfera.
Atingido esse cume, não há amizade que resista.
É o confronto, é a animosidade.
Porém, pode haver amizades longas. Tal realidade não é dificil de alcançar. Basta respeito, basta camaradagem.
Recentemente chamei amigo a um alguém...de imediato arrependi-me. Ocupou-se de mim um sentimento anacrónico. É obvio que a minha amizade por esse alguém está extinta.
Bem me custa.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Curioso. Interroguei-me várias vezes sobre o mesmo assunto, mas, infelizmente, não cheguei a nenhuma conclusão. Dois motivos: sempre pensei que se falamos de amizade, não poderiamos falar de termo ou extinção, sob pena de colocar em causa tudo o que se pensou, o que se sentiu, a confiança que se deu. Por outro lado, tudo o que se inicia, também tem um fim. É verdade. Até porque há coisas que se vivem com muita intensidade e as coisas menos boas, essas têm esta verdadeira dimensão.
Portanto, prefiro nem pensar e continuar a acreditar que se chamamos amigo a alguém é, certamente, por alguma razão. Desilude-me se pensar que nada valeu e que termina assim, como tudo o que é efémero.

6:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

A amizade é um sentimento meu caro, como todos os sentimentos perecerá num dado momento por condicionalismo incerto. Nalguns casos será um alívio noutros algo a lamentar porque até gostávamos da pessoa..

Não sou propriamente um expert em amizades, até sou bastante mau dado o meu feitio irascível. No entanto porque o tema é interessante não pude deixar de comentar, e também para retribuir a gentileza do sr lev quando comentava no meu blog, sabendo eu o que lhe custava fazê-lo (eh eh)!

Há vários tipos de amizade, sendo elas por grau de perenidade: a amizade interesseira - que move os cobardes e que pouco dura, própria do ser humano; a amizade indiferente - que suporta os demais a custo ou por pena, muito mesquinha mesmo; a amizade incidental - aquela que surge do nada e que tanto pode durar como desaparecer com a mesma espontaneidade; e a amizade sincera - que estabelece entre as pessoas um laço de confiança, compreensão e entreajuda. Mas mesmo esta tende a acabar, dadas as contingências das relações humanas. Acho que já experimentei um pouco de todas! A interesseira por conveniência, a indiferente por frieza, a incidental por curiosidade e a sincera por necessidade de ter amigos. Quanto a ti lev, considero-te um amigo sincero, e é meu desejo preservar-te como tal ;)

"Friendship is the seed of life, love it's first breath, hate it's life itself reflecting our flaws"

1:20 PM  

Post a Comment

<< Home

Gente sem Amor à Sanidade Mental