Tuesday, January 24, 2006

Post Actum

Já passaram 2 dias, desde a eleição para a Presidência da República.
A pergunta que se impõe é: e agora?
A resposta apresenta-se como um conceito indeterminado, na ciência jurídica. Caberá ao futuro defini-lo. Quanto a mim, haverá algumas chamadas de atenção que gostaria de fazer.
Primeiro que tudo, não é de desprestigiar a vitória de Cavaco Silva. Se é verdade que ganhou residualmente e que houve um "desmemoriamento" geral da população lusa, também é verdade que a "plural" esquerda só se pode queixar dela própria. Mas atenção a isto: não se pense que esta divisão, ou melhor, este número de candidatos era prejudicial, muito pelo contrário. Desta vez, havia personalidades para todos os gostos. Desde esquerda "corrosiva" até ao centro-esquerda mais moderado, se não agradava a personalidade, agradava a ideologia. Todas estavam representadas.
Por outro lado, há o resultado de Manuel Alegre. Cerca de 1000000 de Portuguêses elegeram o poeta como Homem de confiança. Nasce outra questão: que fazer a esses números? Uns dizem para se avançar para um partido, outros para um movimento cívico...Indefinição. O mais interessante será ver o que se passa em Outubro, data do congresso do PS. Se, visto um prisma, há Portugueses que apoiam Alegre, por outro, foi retumbante a derrota sofrida, aquando a eleição do Eng.Sócrates. Moeda ao ar...
Por fim, deixo uma terceira questão: quem disse que é mais benéfica para o governo a vitória de Cavaco e não a de Alegre e Soares? Será que não é visível que há um perigo de abalo nas instituições democráticas, corolário desta eleição?
Há argumentos que vão em sentido contrário: Ambos (Sócrates e Cavaco) são Keynesianos; Cavaco sofreu com Soares o sistema de freios e contrapesos que um Presidente pode fazer sentir; são ambos homens de personalidade semelhante.
Eu não posso deixar de irrelevar tudo o que isto significa.
A verdade é que há duas esferas: PS e PSD. Ambos se degladiam pelo poder. Status: quem o detém, actualmente, é o PS. Flashback: "O P.R pode pedir ao governo para legislar". Destes dois factos eu presumo uma coisa. Cavaco ambiciona o poder, pelo poder. Naturalmente, enquanto PR, não tem força para chamar a si um poder administrativo ou legislativo, mas pode fazer com que forças, consigo relacionadas, ocupem cargos governamentais. A sede de interveniência far-se-á sentir. Não tenho dúvidas disso.

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