Thursday, August 17, 2006

Uma Noites Destas

Uma noite destas sonhei com Ela. Já não sonhava assim há uns belos tempos.
Caramba...estava na mesma. Aqueles cabelos a lembrar a negritude de um tição...aquela silhueta tão perfeita...aquele olhar terno...mas sobretudo a voz que vivia no meu ouvido, qual canto da sereia.
O sonho era bizarro. Em vez das normais "lides" em que me habituei a vê-La, era um infantário que a fazia levantar-se, de manhã, e ganhar o salário. Como em qualquer sonho, a situação é sempre algo esquisita. Quis o subconsciente que a fosse visitar.
Começou tudo quando me preparava para entrar. A porta ficava entre dois pilares de tijolos vermelhos. À medida que me ia aproximando mais viva estava a voz d'Ela, quanto mais próximo ficava do puxador, mais o seu perfume se entranhava em mim. Até que entrei. A imagem que surge, mal rodo a porta é a de um corredor que termina com uma escadaria que sobe, para um andar pouco mais acima. Lá estava Ela, criança no colo, camisa azul, calças de ganga. Á medida que a punha a dormir a infante , fintava eu uma imagem digna de registo ad aeternum... Enquanto a embalava, olhava para mim, sorriso cumplice. Correspondida era.
Fui-me aproximando. Mas, nesta altura, percebi que a minha posição, enquanto sonhador, no sonho, era de observador. Era como se estivesse por detras daqueles vidros que a policia usa para identificar criminosos, com depoimentos da testemunha. De participante, passo para observador.
O que vi foi interessante. O diálogo era próprio de um casal. O assunto giraria acerca de horários, jantares, almoços, cenas da vida quotidiana. Mas ternura residia em ambos os olhares.
Findo o diálogo, volto a mim, de novo participante. Sem trocar um beijo, sequer, despeço-me dela.
Até que acordei.

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