Thursday, November 24, 2005

Ci(r)culo da vida

Já tenho falado dos postulados de Adam Smith, não tanto na vertente teórico-económica, mas na sua transposição para a vida real, no ganho que pode trazer à praxis diária da sobrevivência.
O que proponho hoje é que se faça um flashback mental à nossa mais primitiva lembrança da primeira amizade.
Seguidamente, apure-se se ainda se tem alguma espécie de contacto com tal ente.
Finalmente (este passo só serve para o caso de não haver ligações, ou contactos), perceba-se porque é que "foi ao fundo" essa amizade.
O resultado final é, a meu ver, catastrófico.
Eu explico.
Primeiro que tudo, o resultado será um nada mental. Saber-se-á que foi algures nos nossos mais tenros anos que fizemos um primeiro amigo, ainda assim, a sua identidade será desconhecida.
Logicamente, o segundo passo mostrará que não há qualquer ligação. Era o que mais faltava, não sabemos quem foi a pessoa, como haveria ligação?
Chegamos ao terceiro passo: Não há ligações, sabemos nós, falta descortinar o porquê.
Essa é a reposta e a conclusão mais fácil.
Se nunca houve verdadeiro envolvimento, nunca poderiam persistir laços. Se nunca foi serio aquilo que se experienciou, nunca poderiam, sequer, restar fosseis, de uma passado fácil.
É esta a importância que as pessoas têm umas para as outras. Há ligação enquanto há, há lembrança enquanto há.
Falei no exemplo da primeira amizade, é certo. Poderá não ser o melhor exemplo para comprovar o que digo, também aceito. Mas ainda está para se mostar porque é que amizades desfeitas, pelos mais minusculos motivos, nunca mais voltam á forma inicial.
Efemeridade, eis a palavra chave.
Em jeito de remate, cito a mão de Adam Smith no seguinte: é certo que tudo é efêmero e , por fim, cairão amizades, mas esta mão equilibradora voltará a por qualquer humano na rota de um novo conhecimento, de uma nova relação.
A menos que esse ser tenha poucos anos de vida para repetir o que fez até então, o processo não terá fim, e esse circulo será, uma vez mais, caminhado.

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