Tuesday, September 12, 2006

Interrogações

Falando de interrupção voluntária da gravidez, o "famoso" aborto, ocorre-me uma interrogação, interrogação essa que apenas pode ser respondida por alguém que não partilhe dos meus ideais.
Atente-se à seguinte prerrogativa: supondo que se chegava á cabal prova que, até às 16 semanas de gravidez, não havia aquilo a que se pode chamar vida, no interior da progenitora, continuar-se-ia a defender a criminalização do aborto?
A pergunta é simples: a autoridade médica dizia que em 16 semanas de gravidez, não se pode chamar vida ao feto. Como era?
Continuaria a haver manifestações "pro-vida" na rua?
Manter-se-iam as posições da Direita Cristã? E da "outra"?

Se houvesse coerência, sim, tudo teria o justo fim.
Acontece que penso que seria exactamente ao contrário. Se antes era porque havia vida, agora o aspecto seria moral: ao ter relações sexuais sem protecção, sem cuidado, o filho seria um castigo, em jeito de "se não querias, não andasses nessas porcarias".
É que no fim disto tudo, apenas uma coisa se torna verídica: a hipocrisia. De uns, porque defendem a moral com castigo para quem adopta condutas sociais diferentes, outros porque com tanta liberdade, esta passa a ser mais uma, acabando tudo por ser um acontecimento desprovido de qualquer significado.
O tema merecia um tratamento de uma dignidade mais palpável.

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