Sunday, September 10, 2006

Vamos falar de Moda

Naturalmente, sem a propriedade de um Augustus, Jean-Paul Gaultier ou mesmo um Armani, não vou falar da moda, num sentido Fashion. (Estou a rir-me a potes)
Falar de moda é falar dos temas em alta na sociedade. Aqueles temas sobre os quais qualquer mente iluminada quer discutir, debater ou mandar um ou outro bitaite.
Ao ler as madrugadoras noticias que serão primeira página da edição de hoje da grande maioria dos jornais, ou que pelo menos serão fortemente abordadas, "descobri" que datam 5 anos sobre o 11 de Setembro. Há bocado, também reparei que não dava mais nada na TV senão reconstituições, comentários, pareceres jurídicos, acrobacias e distribuição de limonada...sobre a data.
Naturalmente que me competia, enquanto blogger de alto gabarito, inteligencia de meter medo ao MRS e também elemento encapuçado das FARC, falar do tema, com a elevação que merece. fazer aquelas análises profundas, envolvendo conceitos de sociologia, económicos ou mesmo políticos. Também seria interessante reflectir sobre o papel dos EUA em todos estes anos de combate ao terrorismo, mas também sobre o papel do Irão, do Afeganistão, da Russia, avaliar as consequencias do facto de haver mais opio disponivel do que procura efectiva.
Claro que sim. Mas não vou fazer isso.
Para um Zé que sou, manifesto aqui uma só ideia: há medo. Tenho medo. Aniquilou-se a segurança. Tenho medo de estar no Colombo a ver um filme rasca e a explodir uma bomba, medo de ir no metro para ir á baixa ver como param as modas e explodir tudo. Tenho medo que morram amigos meus. Tenho medo que morram familiares meus. Ao fim e ao cabo, tenho medo da repressão que a ameaça de morte constante faz retroceder os meus planos.
Ainda não me cinjo a uma disciplina totalmente entregue ao medo.
Todavia, vivo com a sensação que um dia pode chegar a minha vez. E se há 5 anos não sabia isso, sei-o hoje, sei-0 desde 11 de março.

4 Comments:

Blogger Flecha Ruiz said...

Há medo mas não nos poderemos deixar vencer pelo medo ou estaremos a dar aos extremistas islâmicos as armas que eles precisam e o pânico que eles aguardam.

Como blogger pensei em "postar" algo sobre o 9/11 mas depois inquiri-me se valia a pena. Milhares de bloggers o vão fazer, por isso o que fosse escrito no meu (se fosse escrita alguma coisa) seria uma cópia de outros. Essa foi uma razão egoísta=P

A verdadeira razão é de ultrapassar as coisas. Não é fácil, o mundo todo assistiu com horror (2/3 do planeta) e júbilo (o restante) à queda do WTC e Pentagano (as teorias da conspiração referem que não foram os halahala mas...). Claro que tem um peso enorme nas culturas, claro que o que aconteceu em Madrid e Londres nos embala para um pensamento negativo de um ataque a Portugal (dos presentes na Cimeira das Lajes faltamos nós) e, fundamentalmente, o amor que temos por nós próprios e por aqueles que nos rodeiam nos fará pensar e tremer com a ideia "e se fosse aqui".

Não vivo descansado, mas é algo a que procuro não dar muita importância, prefiro andar devagarinho e não ir longe mas apreciar aquilo que o passeio me dá, do que ir a correr para chegar longe mas ao olhar para trás lamentar a vista que perdi.

Também não creio que o caro Лев Давидович se meta no Metro/Comboio/Autocarro/carro dos tios a espreitar por baixo dos bancos ou a certificar-se que não está por ali nenhuma mala perdida, nem creio que viva constantemente a olhar por cima do ombro abstendo-se de fazer certas coisas com medo de ataques, no entanto há que parar para pensar se nos devemos dar importante parte do nosso pensar ao medo de tipos que parece que só têm 2 silabas no seu dialecto.

Eles querem instalar o medo, eles querem que o mundo Ocidental perca a sua maneira de viver e os seus hábitos, eles querem isso mas nós não podemos deixar. Eles abominam a nossa cultura mas o Sr bin Laden aparece a botar discurso com camuflado americano!!

Tenho algum receio, impossível não ter. Mas não perco muito tempo a pensar nesse receio, prefiro continuar a ver as vistas.

3:55 AM  
Blogger Лев Давидович said...

Caro Flecha Ruiz, claro que não ando sempre á cata de bombas.
O que quis demonstrar é que o ataque ás torres apenas trouxe algum medo ao meu dia-a-dia.
É uma situação que comparo à guerra fria, ou à crise dos misseis de cuba: apesar de estar iminente qualquer coisa, qualquer ataque, é natural que as pessoas tinham que pensar em alguma coisa diferente que não bombas, misseis explosões e acontecimentos que tais.
Talvez tenha sido demasiado "americano" no post, mas o realce vai para a insegurança que o mundo vive.

5:07 AM  
Blogger Flecha Ruiz said...

Sim, sim, eu percebi o que queres dizer e partilho a tua insegurança.

O que quis dizer foi que...imaginemos uma discussão na primária! Aquele mais inteligente mas fraquito e pouco dado a amigos e aquele "popular" burro que nem uma porta mas que é extrovertido e cativa as pessoas.

O pequenote sabe, o outro quer impôr que sabe o que não sabe...então faz-se forte, tira o dinheiro do almoço e estraga aquele desenho abstracto. O que é que o inteligente faz? Passa o resto da sua vida académica com medo desses rufiões? Ou levanta a cabeça e continua a frequentar os mesmos caminhos e a sentar-se no mesmo sitio?

Posso-me precaver e ter algum receio do "rufião halahala"...mas não altero o meu modo de vida (não quero dizer com isto que o faças). Isso seria dar coragem ao afegão e ao iraquiano.

Já por duas vezes, quando me tentaram assaltar, referi isso...quando o "mitra" me diz que me vai bater eu refiro-lhe "sim...e depois? Depois eu levanto-me vou para casa, continuo a minha vida e daqui a 10 anos estou a pagar-te uma cela na prisão"...Nessas duas vezes deixei-os sem resposta.
E fui para casa com aquilo que tinha no bolso.

Medo? É inevitável! Vida? Enquanto a tiver vou vendo a paisagem

8:55 AM  
Blogger Лев Давидович said...

E fazes tu senão bem!
:)

10:00 AM  

Post a Comment

<< Home

Gente sem Amor à Sanidade Mental