Friday, February 10, 2006

Por uma Liberdade Condicionada

Quem, como eu, teve uma infância feliz, teve oportunidade, entre outras coisas, de assistir aos filmes da Disney, sabe ao que me vou referir.
Numa adaptação feliz, a produtora de que vos falo criou o Aladino. Quem não se lembra? Desde a princesa Jasmin, passando pelo Macaco, o Papagaio, o próprio Aladino e, por fim, a personagem chave: o Génio.
Como no conto tradicional, o Aladino podia pedir tudo, com excepção de uma coisa, muito específica...sabem?
É simples: o Gènio não podia fazer com que uma pessoa se apaixonasse por outra.
Eu acho que está aí (correndo o risco de ser escarnecido por todo e qualquer leitor deste espaço) uma metáfora da vida.
É que podemos ter tudo o que desejamos. Eu sei que é dificil, mas também foi dificil ao heroi da história ganhar aquela lâmpada. Mas obteve-a. Isso é certo.
Somos livres para trabalhar, perseguir o nosso objectivo, fazer dos nossos sonhos realidade. O poder é nosso.
Há, contudo, um sitio onde a liberdade não chega. Refiro-me aos sentimentos. Não os podemos condicionar. Mais curioso: não condicionamos os nossos, nem os dos outros.
Nem o Génio pode fazer nascer a paixão. Ela não é um Direito potestativo que qualquer proposta ou convite a contratar possam fazer nascer na esfera do destinatário.
Extingue-se, portanto,a liberdade. É que se somos livres de amar, somos privados de condicionar o amor de outrém.
Nada nem ninguém consegue construir uma relação com base numa só vontade.
Para sempre, o que um não quer, dois não fazem.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

amen brother!

Uma das poucas coisas que não se pode tomar pela força.

5:10 AM  

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