Wednesday, April 13, 2005

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Já está.
Virou-se uma página no mundo e no entanto, ele continua na mesma.
Nesta semana que passou, deixaram o mundo dos vivos 2 simbolos internacionais. Homens que lutaram por causas, ainda que diferentes, pessoas incomparáveis. Falo do Papa e no monarca monegasco Renier.
O Papa, ainda que tenha assumido posições de que discordo, foi alguém que nunca deixou abalar a fé dos crentes. Manifestou-se contra a guerra, lutou pelos seus princípios até cair.
Renier, o protagonista de uma história de amor, sucesso e controvérsia. "Construiu" um Pais que é hoje um paraiso, casou-se com uma das mais famosas atrizes Americanas, e morreu deixando uma familia partida.
O mundo, porem, não pára.
Ainda ontem, tivemos uma demonstração de que as figuras mudam, mas não mudam os acontecimentos. A vergonha passada em milão, a febre que atinge milhares em Àfrica, a fome que há no mundo.
Assim é a vida.
Tenho a sensação de que se se extinguisse metade da populção mundial, o mundo continuava. Se houvesse uma terceira guerra, o mundo continuava. Se eu morrera, o mundo continuava.
Este é o caracter imutável que o planeta tem. O Planeta não, o que nele habitam.
É fascinante.
Tudo é uma efemeridade constante. Todos os dias morrem pessoas, todos os dias nascem pessoas, e nós por cá andamos.
Todos os dias acontece qualquer coisa, boa ou má, e nós por cá andamos.
É um ciclo vicioso que se cria. É a habituação que se gera na massa habitante da terra.
Já nada tem sentido, já nada mobiliza. Nada tem um poder congregador, um poder que una as pessoas todas numa causa. Nada nos une.
Os católicos perderam um Papa, terão outro daqui a pouco.
Os monegascos perderam o rei, vem outro a caminho.
A substituição é permanente.
Nada nem ninguém faz falta. A perda é sempre reparável. Em todos, em tudo.
Perdemos amigos, chegam outros. Perdemos familiares próximos, temos quem?
O humano é um fim em si mesmo. É algo que encerra em si o alfa e o omega da sua existência.
O que somos para os outros é zero, o que somos para nós é tudo.
Infelizemente, temo que o que profira seja dogmático.
Mas sou pragmático, é assim que me sinto. A humanidade é um grupo. Que se une quando se trata do bem-comum. Nada mais. Não precisamos uns dos outros. Só em alturas precisas.
União já era.
Hoje, mais do que nunca, "os cemitérios estão cheios de gente insubstituível".
Tenho dito.

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Gente sem Amor à Sanidade Mental