Tuesday, March 29, 2005

O Medo

Já espreita o sol. Já está melhor o tempo. Choveu, choverá, mas por agora temos sol.
Isto respeita ao meu anterior post.
Mas centremo-nos neste.
Falo-vos, hoje, sobre a minha perspectiva do medo.
Curiosamente, é um sentimento muito parecido ao amor, ao sentimento de amar. Eu explico porque. Veja-se: há amor de mãe, amor carnal, fraternal, toda uma gama de "amores", que no geral têm o mesmo nome, mas no caso concreto são bem diferentes. Amor entre mãe e filho ou amor entre namorado e namorada é amor no geral, mas o sentimento será o mesmo? Até ficamos agoniados de pensar confundir amor materno com o outro tipo...
Pois bem, com o Medo passa-se exactamento o mesmo. O Medo, no geral, é sentir receio de alguma coisa. Mas é o mesmo ter medo do escuro e ter medo de perder quem amamos? Não, são coisas completamente diferentes.
Hoje percebo isso.
Há coisas que se dizem e que se escrevem, que nunca mais serão esquecidas. Há consequencias disso. O Mundo pára quandohá crises. Crises entre pessoas, crises entre coisas. Muito do que se passa, passa-se por não ter havido medo.
É o medo que nos impede de dizer o que não devemos, sob pena de sofrermos uma pesada consequência. É o medo que nos trava e nos impede de queimar as mãos, pois sabemos que, quando o fazemos, nos queimamos, temos medo disso. O Medo é uma defesa.
Mas, como em tudo, há o reverso da medalha. Com Medo não há progresso. Da mesma maneira que nos trava e nos impede de fazer o errado, também nos trava e impede de seguirmos em frente. Volta-se à temática da consequência. Há uma dicotomia entre ela e o medo. São um par indissociável.
Já pensaram?
Posso resumir nisto: o Medo é o mais completo dos sentimentos. Tem tudo nele: a força para proteger e a força para retrair. A força para cingir e a força para libertar.
Foi um pequeno pensamento.
Espero que a pascoa tenha sido do vosso agrado, tenha sido "santa", como agora se apelidam as festas religiosas.
Por acaso aprecio o termo.
Alturas como estas, são sempre ideais para meditar um pouco.
Muito bem, eu medito a toda a hora, mas nestas datas, onde se fala de hipotéticos acontecimentos miracolosos, penso no engraçado que terá sido viver aquela época.
Cristo, o primeiro dos Comunistas, deve ter sido alguém extraordinário. Teve uma força que ainda hoje se sente, e de que maneira. Teve uma força que lhe "deu" e "conferiu" actos que hoje espantam.
Teria Ele medo? Acho que não.
Sinceramente, a confirmarem-se os acontecimentos, do que dizia, do que proferia, do que lhe sucedeu, era, de facto, alguém sem medo.
Vejam, o que alguém sem medo, "fez" á história...
Um curso mudado, a data conta-se desde o seu nascimento, é idolatrado por milhões. È uma figura de peso, talvez a mais pesada, perdoem-me o abuso.
Agora, de repente, vejo que o "largar" do Medo criou muitas vedetas e figuras de peso.
Qualquer pessoa que diga mal do regime é considerada sem medo, pois não há nada pior que sofrer as consequências ligadas a esse factor.
Quem lutou por causas.
Quem disse que a terra girava á volta do sol...
É de facto o mais completo, e talvez importante, dos sentimentos.

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