Sunday, November 14, 2004

O Tempo

Não pretendo escrever sobre metereologia, nada disso. O "Tempo" de que fala o título é outro, é o tempo da vivência, mais precisamente, a noção que temos de "presente".
Para o caro leitor, o que é o presente? Teoricamente, o presente é a acção que corre no momento corrente. Mas a acção a que me dedico agora, passou imediatamente...Só me resta chegar a uma conclusão: não há presente, apenas o passado e futuro, sendo apenas concreto o primeiro.
Isto levantou-me algum motivo de raciocionio devido a um facto curioso desta semana. Sabemos a moda que é ter um blog ou um flog e que, normalmente, estes "bens da tecnologia moderna" apenas servem para mostrar ao mundo aquilo que somos( um pouco à imagem do que eu faço) de uma forma inusitada. Mas, nesta semana, essa corrente de moda foi quebrada e vi um flog, de facto, muito útil: dedica-se a expor fotos de momentos passados de uma turma, por acaso a minha. Aqui nasceu o tema para esta reflexão.
Passei os últimos 3 anos a preguejar, a odiar e a repugnar a vida naquele establecimento de ensino. Hoje penso que a minha punição deveria ter sido chicoteado em praça pública. Aqueles momentos lembram-me uma felicidade que até hoje recordo e que tão cedo não terei. Porém, faz apenas um simples mês desde que entrei para a faculdade...
Foi um momento: 12 anos de escola tornam-se num nada concreto. Quando entrei para a primária, desejei a vida em casa, quando entrei para o ciclo desejei a boa vida da primária, entrando no secundário percebi que o desperdicio paga-se caro. Infelizmente, com aqueles 3 anos esqueci-me no que tinha aprendido e voltei a cair no erro de não aproveitar a companhia de alguém especial.
Isto trata-se de algo muito simples: hoje, caro leitor, apetece-me manifestar a minha tristeza por ser burro, invulgar e suspeito. Sinto que dei uma volta de 180º e estou de novo a começar na vida social.
Por isso, o tempo "presente" se tornou tão relativo. O que ontem foi mau, hoje já vale ouro...Não houve um meio termo para perceber o que se queria, pelo menos para mim. Não houve uma consciencialização daquilo que era a vida naquele momento. O presente era passado na altura de recordar, era futuro na esperança da fuga, nunca foi presente para perceber que era ali o espaço de então.
Já sei que vou tarde, mas leia isto só se tiver tempo, paciência e vontade. Se lhe faltar alguma destas caracteristicas, desista.
Infeliz aquele que sabe, alegre aquele que percebe.


0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Gente sem Amor à Sanidade Mental