Ex FDL
Sou aluno, como já tenho dito, da Faculdade de Direito de Lisboa.
Confesso que não gosto de falar da vida diária e de aulas, naquele edificio. Acho inapropriado, há coisas que não se revelam e, além disto, não vemos blogs de outros escritores a falaram de vida académica.
Ainda assim, numa altura em que é lançado o orçamento geral do Estado, acho que tenho o Direito e o Dever de apresentar aos leitores, que sendo poucos, mas bons, a grave crise que todo e qualquer sector da sociedade sofre. Dará para terem uma noção daquilo que são os gastos do governo com o ensino superior público.
Na faculdade, há dois regimes avaliativos. Apenas dois porque lutamos para que assim fosse. Seja como for, há o Método A e o Método B. Vou inverter a ordem e começo por explicar o método B. É um regime sem avaliação continua. Em termos práticos traduz-se nisto: o aluno só tem possibilidade de assistir a aulas teóricas, sendo que no final do ano faz exame e, caso tenha uma nota mínima de 7, deve completar a cadeira via exame oral.
Em contraposição, "habemus" o método avaliativo, por excelência, da faculdade: o método A. O aluno terá de fazer a cadeira por regime de avaliação continua, ou seja, tem aulas teóricas, mas também tem práticas. Poderá fazer a cadeira caso tenha, numa ponderação de 50/50, entre exame e avaliação, nota final de 12. Se tiver menos, vai a oral. Isto tudo resumido.
A grande vantagem deste regime são, sem dúvida, as aulas práticas. O aluno está mais obrigado a estudar, tem trabalhos de casa, conversa com o assistente sobre os conteúdos programáticos e mantém-se a par do que se fala.
As aulas práticas são lexionadas em salas, as teóricas em anfiteatros.
Ao encaminhar-me para aquela que seria a minha primeira aula prática do ano, encontro uma sala repleta de alunos. Com esforço, consegui espaço para me sentar. Ao passar da aula, feita a chamada, faltavam cerca de 5 alunos. Constatadas as faltas, veja-se a panorâmica: Somos 35 alunos e a sala comporta 25 lugares sentados. Feitas a s contas e visto o resultado, havia colegas sem mesa e sem cadeira.
Explicação: o governo não investiu, ou seja, no ano passado havia 9 turmas, agr há 7. Os colegas restantes das turmas 8 e 9 foram distribuidos, pelas 7 primeiras turmas. A juntar a isso, somam-se os alunos que chumbaram...
Há turmas de 39 alunos, numa sala.
O busilis é este. Quem ensina, nas aulas práticas, é o assistente. Há um número limitado de assistentes. Havendo poucos e podendo eles apenas ensinar um número pequeno de turmas, tem que haver redução de turmas. Havendo redução de turmas, há turmas maiores, em número. Verificando-se este facto, numa sala onde cabem 25 pessoas, está marcada uma aula de uma turma de 35. 10 pessoas a mais.
É grave, é crítico.
Confesso que não gosto de falar da vida diária e de aulas, naquele edificio. Acho inapropriado, há coisas que não se revelam e, além disto, não vemos blogs de outros escritores a falaram de vida académica.
Ainda assim, numa altura em que é lançado o orçamento geral do Estado, acho que tenho o Direito e o Dever de apresentar aos leitores, que sendo poucos, mas bons, a grave crise que todo e qualquer sector da sociedade sofre. Dará para terem uma noção daquilo que são os gastos do governo com o ensino superior público.
Na faculdade, há dois regimes avaliativos. Apenas dois porque lutamos para que assim fosse. Seja como for, há o Método A e o Método B. Vou inverter a ordem e começo por explicar o método B. É um regime sem avaliação continua. Em termos práticos traduz-se nisto: o aluno só tem possibilidade de assistir a aulas teóricas, sendo que no final do ano faz exame e, caso tenha uma nota mínima de 7, deve completar a cadeira via exame oral.
Em contraposição, "habemus" o método avaliativo, por excelência, da faculdade: o método A. O aluno terá de fazer a cadeira por regime de avaliação continua, ou seja, tem aulas teóricas, mas também tem práticas. Poderá fazer a cadeira caso tenha, numa ponderação de 50/50, entre exame e avaliação, nota final de 12. Se tiver menos, vai a oral. Isto tudo resumido.
A grande vantagem deste regime são, sem dúvida, as aulas práticas. O aluno está mais obrigado a estudar, tem trabalhos de casa, conversa com o assistente sobre os conteúdos programáticos e mantém-se a par do que se fala.
As aulas práticas são lexionadas em salas, as teóricas em anfiteatros.
Ao encaminhar-me para aquela que seria a minha primeira aula prática do ano, encontro uma sala repleta de alunos. Com esforço, consegui espaço para me sentar. Ao passar da aula, feita a chamada, faltavam cerca de 5 alunos. Constatadas as faltas, veja-se a panorâmica: Somos 35 alunos e a sala comporta 25 lugares sentados. Feitas a s contas e visto o resultado, havia colegas sem mesa e sem cadeira.
Explicação: o governo não investiu, ou seja, no ano passado havia 9 turmas, agr há 7. Os colegas restantes das turmas 8 e 9 foram distribuidos, pelas 7 primeiras turmas. A juntar a isso, somam-se os alunos que chumbaram...
Há turmas de 39 alunos, numa sala.
O busilis é este. Quem ensina, nas aulas práticas, é o assistente. Há um número limitado de assistentes. Havendo poucos e podendo eles apenas ensinar um número pequeno de turmas, tem que haver redução de turmas. Havendo redução de turmas, há turmas maiores, em número. Verificando-se este facto, numa sala onde cabem 25 pessoas, está marcada uma aula de uma turma de 35. 10 pessoas a mais.
É grave, é crítico.