Thursday, September 22, 2005

Verbos e Adverbios

Faz, retira, desculpa-se, reitera, riposta, desiste, recarrega, volta, trabalha, pensa, imagina, recorda, influência-se, ataca, magoa, erra, falha....sai....

Defende, contra-ataca, põe o dedo na ferida, cobre-se, dispara, agride, intervala, distrai-se, olha, concede liberdade, dorme, bloqueia, esquece, liberta-se, cai, sofre, perde, ganha...mantém-se

Mais uma noite no Messenger...

Wednesday, September 21, 2005

"Ulisses"

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

Fernando Pessoa in Mensagem
Foi a melhor maneira de começar a transmitir aquilo que pretendo.
Aqui há dias, como faço, numa rotina infernal, encaminhava-me para a faculdade, pela fresca manhã de um dia de Setembro.
O meio, por mim escolhido, para o meu objectivo atingir é o comboio, ao qual se segue o metro. Still, é no comboio, numa das raras vezes em que levanto a cabeça e sinto nos olhos o sol, reparo na leitura atenta, e generalizada, que os tripulantes daquele "veículo" fazem de uma especial página do Destak, jornal gratuito, distribuido á entrada para a viagem. Tratava-se de uma entrevista com Ricardo Pereira, conhecido actor, que recentemente conheceu um alargamento da sua fama, devido a uma participação numa novela brasileira, emitida em Portugal.
Há um clima fantástico, parecia que as caras pálidas daqueles trabalhadores tinham ganho vida, e seus olhos brilhavam e bebiam todas as letras daquele entrevista. Parecia que a estudavam.
Nunca, pelo menos por mim, visto, a uma hora daquelas.
Havia alegria, havia identificação. Era o idolo que ali estava.
O público Português, familiarizado que está com as produções além-mar, revia o seu heroi, tinha-o "nas mãos".
O Poema com que abro este post surgiu, imediatamente, na minha mente.
O galã, o sedutor, o famoso, até, se quiseremos, o poderoso mito. Um verdadeiro Ulisses, destas terras Lusas. Viajante, bem sucedido, forte e renascido.
Desta margem, deixava a sua penélope, o inteiro povo português. O tear era substituido pela audiencia diária que a novela tinha.
Porém, no poema que vos deixo, algo muda. Ricardo está vivo. E bem vivo. Fora isso, falar em lenda é garantido.
Mas tomar consciência deste fenómeno e deste comportamento é muito mais que perceber que as pessoas gostam dos idolos. É muito mais.
É saber que Portugal ainda produz, e produz bem. É saber que o povo não esquece os seus.
Mas é sobretudo outra coisa.
A fé que depositamos no que é nosso, ao contrário do que se tem reiterado, é enrome, colossal, mesmo. A crença que tornaremos na nossa máxima força estava naquele comboio, naqueles minutos em que se bebiam letras e se regalavam olhos.

Thursday, September 15, 2005

A Comunicação Social

Em tempo de eleições, não se limpam armas.
Começa um corrosivo e compulsivo serviço noticioso, a partir do momento em que se atinge o momento em que a democracia mostra todo o seu explendor: eleições.
Em tempo de autarquicas, num horizonte não muito distante, e de candidaturas, ou potenciais candidaturas, às eleições presidenciais, misturam-se "ameaças" de marcação ao referendo do aborto. Para não fugir àquilo que é costume, os partidos fazem as suas campanhas, limpas ou menos limpas, surgem os candidatos, menos valiosos ou mais valiosos, e "o sistema" percorre a estrada do costume.
Mas surge, com o passar dos anos, um aumento de uma influência que, como se pode admirar, tem tido um poder decisório e uma capacidade de seduzir as mentes mais desatentas. Estou a falar da comunicação social, os media.
O leitor pensará que estou a regredir para uma mentalidade tacanha, ou então que nunca desta fase passei, mas adiante.
Actualmente, em Portugal, surgem 3 grande serviços noticiosos, a saber: RTP1, Sic, em conjugação com a Sic Notícias, e a TVI.
Todos têm clube, nenhum se afirma parcial.
Com o passar do tempo, a contestação aumenta, a pressão acompanha e o governo vai-se desgastando.
Para além de todas as medidas, é inegável o papel dos media, no amontoar de insatisfacção popular.
Exemplificando, determinada estação exibiu uma reportagem em que se denunciavam as "nomeações" do 1º Ministro: Oliveira Martins, a contratação de Vitorino, a acessora europeia, secretários, entre outros.
Visto isto, vem o escandalo. Portugal fica indignado: como é possível? Eu a trabalhar e eles a ganharem tanto! Pois, uns filhos e outros enteados!
Tudo se compreende, e tudo se explica.
A política tem destas coisas. Emobra soe a estranho, é natural haver nomeações deste cariz. São necessárias pessoas de confiança, nos mais diferentes sectores. Pense-se: é assim tão grave haver nomeações? Sempre que muda a cor do executivo, mudam os titulares das cadeiras. A alguns falta competência e mais valia ficar quem ocupava o cargo? Ok, falhou-se.
Mas não nos podemos esquecer de uma coisa essencial: Todas essas pessoas estão empregadas, podem trabalhar e mais: a confiança política é essencial. Não é possivel trabalhar, supondo, com um secretário de uma cor política diferente.
Para além das forças políticas, presentes na A.R, o executivo passa a contar com mais uma força de bloqueio.
Só o excelente serviço e a ausência total de falhas poderão superar esta 2ª oposição.

Thursday, September 01, 2005

Me cre voltá

Findas as férias, volto. Volto a este serviço cívico.
A meu ver, Setembro começa bem, ainda que não comece com nenhuma novidade, própriamente dita. Para ser mais específico, a novidade tem 80 anos, muita experiência, no mundo político. É alguém que conhece as manhas, os truques e dicas que levam qualquer comum cidadão a transformar-se em alguém de suma importância. Os meus leitores não estão desatentos e sabe, decerto, de quem estou a falar.
Num discurso actual, cativante, proferido no meio de algumas adversidades tecnológicas, Mario Soares anunciou, de forma oficial, que está pronto e em forma, para suceder ao Dr. Jorge Sampaio, no cargo de mais alto magistrado da nação.
Irónico, sagaz, sobe abordar, com classe, todas as temáticas e todas as consequências da sua candidatura.
No meu entender, é essencial que este vulto se erga e volte. Para além de todas as acusações e problemas que a candidatura levante, o país, os partidos e as pessoas sabem que se trata da pessoa certa para combater a direita, no combate pela presidência da República.
Lamentavelmente, penso que parte em desvantagem. É tudo uma questão de status. Habemus: Crise, descontentamento, enganos, desilusões e sobretudo um fantasma: O do Dr. cavaco Silva.
A meu ver, trata-se da parte mais engraçada e curiosa da questão, que, de resto, acontece sempre que de fantasmas falamos. Repare-se: Não há certezas, o Doutor ainda não se pronunciou, todos falam dele, ninguém o vê.
Há uma espécie de força invisível que compelirá, eventualmente, Cavaco a avançar.
Dogma: Portugal anseia pelo derradeiro combate entre as duas últimas personalidades de maior valor político, da nação.
Acontecerá?
Não costumo jogar na lotaria.
Acredito que haverá um bom, alias, óptimo combate, esquerda vs direita, mas o segundo pugnador, ao contrário do que se pensa, será outro.
A meu ver, quem se encontra na pole position é Marcelo Rebelo de Sousa.
Veja-se o enquadramento, a popularidade e a diferença de idades. Melhor ainda, ninguém se lembra da nulidade política que é o Professor. Excelente comentador, simpático, relativamente acessível, é o típico Presidente wannabe.
Acrescento isto: a verificar-se este contenda, ainda que amigável, quem ganha são os Portugueses. Haverá ideologia, optima comunicação e verdade, de parte a parte.
Num plano mais religioso, imagine-se um Ring, onde dois galos lutam. A maçonaria já apostou no seu, veremos em quem aposta a Opus Dei.
Gente sem Amor à Sanidade Mental