Friday, January 21, 2005

De amictitia

Hoje, data em que escrevo o 1º post de 2005, venho, novamente, falar da amizade, enquanto valor.
Porém, hoje misturo doutrina económica com vida vivida.
Todos temos a nossas discussões, as nossas desavenças. A vida não é um mar de rosas, nunca o foi. Quando nos chateamos com alguém, pensamos que a vida acaba ali. É, de facto uma sensação horrível, do pior que há. É um momento em que pensamos que os nossos assuntos, com a pessoa em que estamos em contenda acabam-se para todo o sempre.
Recentemente descobri que não é assim.
No século XIX, surge úm economista com uma teoria inovadora: a da mão invisível. O economista chamava-se Adam Smith, decerto alguém o conhece.
Pois bem, Adam Smith defendia que a economia liberal por muitas crises que tivesse, entraria sempre num caminho certo, de estabilidade. Existia como que uma "mão invisível", daí o nome, que reencaminharia a economia. Sem ajudas estatais, sem intervenções muito elaboradas, simplesmente deixar o intervencionismo de lado.
Com a amizade é exactamente o mesmo.
Veja o leitor e reflicta:
Pense , então num caso, em que você mesmo, ou alguém conhecido, entrou numa situação de ruptura com um amigo, já há algum tempo, ou mesmo recentemente.
Pense no ocorrido, pense em todas as discussões que teve, na causa, e veja como está essa situação agora.
Eu fiz este exercicio. Deu um grande resultado.
Não sou pessoa de trato muito fácil, tive as minhas discussões, reflecti, e o resultado foi o indicado.
Durante um certo periodo de crise, as relações estiveram cortadas, mas o tempo avança.
Durante a sua progressão, os acontecimentos, as vivências, tudo foi mudando, as mente como que se molda, para que tudo volte ao mesmo. É que a amizade é algo demasiado importante para ser desperdiçado. De certa forma, a nossa mente sabe-o.
Porém, cometendo o risco de me tornar algo idiota e presumido, digo, que se este processo não se dá, significa que, no interior, sabemos que aquela pessoa não representa nada de mais para nós.
Caso contrário, essa mão invisível de que falo, actua, podem ter certeza.
Agora que escrevo, toca no meu winamp a musica money, dos pink floyd, será, também, outra demonstração da mão invisível, na nossa vida quotidiana?
Assim começo o ano: como termino o ano passado: reflectindo.
Obrigado pela vossa visita :D
Gente sem Amor à Sanidade Mental